28 de julho de 2009

Malandro é malandro e mané é mané

Confusão: essa é a palavra que tem imperado ultimamente. E quem encontramos no meio dela? Encontramo-nos é a resposta certa. Infeliz, mas certa. Triste, mas certa. Confusa, mas certa. Entre desconfianças, indecências e imoralidades, a única certeza que temos é que não temos certeza alguma. Aqueles destinados a nos representar e a desfazer todas as possíveis confusões contribuem para nos deslocar ainda mais. Entre um cachorro em meio a um tiroteio e os brasileiros no furor de uma crise, é mais confiável seguir o cachorro quando se procura abrigo. Não que os brasileiros não sejam confiáveis - quem sou eu para falar isso? - mas são confusos demais.

A cada dia, somos brindados com "excelentíssimas" novidades; testemunhamos alianças que nossa vã filosofia jamais suporia realizáveis, descobrimos atos que já prevíamos acontecer, mas que envergonhavam menos por serem ainda secretos e que surgem como uma bomba relógio procurando desesperadamente um lugar para devastar. Com o nascer do sol, renasce o receio por novas notícias, mais particularidades pobres podem surgir e assim, mais uma vez, despejar sobre nós um balde de água fria. No país do cidadão "malandro" que não desiste nunca e sempre dá aquele jeitinho brasileiro, sentimo-nos como perfeitos manés que andam levando tropeços e rasteiras aos pares.

21 de julho de 2009

E agora, Darwin?

Com os duzentos anos do nascimento de Charles Darwin completados neste ano e o sesquicentenário da publicação de sua obra-prima científica, A Origem das Espécies, uma questão intrigante surge desafiando não só o espaço escolar, mas expandindo-se por todos os outros campos. Por que, em um mundo tão divulgadamente globalizado, há uma forte relutância em se aceitar a teoria evolucionista? E o mais grave: por que essa relutância se transforma na opção de escolas evangélicas e adventistas de omitir tal teoria nas aulas?


É estranho perceber que no país das melhores universidades, com metade dos cientistas premiados com o Nobel e o qual detém um número de patentes registradas superior à soma de seus concorrentes diretos, apenas um em cada dois americanos acredita na teoria de Darwin. Sendo assim, metade da população considera anos de pesquisas e provas cabais como mais uma mera teoria.

Mais estranho ainda é pensar que a ciência e a fé, hoje em conflito, já estiveram unidas. As civilizações antigas, como a babilônica, a persa, a hindu e principalmente a romana da qual engenheiros projetaram e construíram o mais avançado aqueduto de seu tempo banhando-se em sangue de touro para garantir proteção divina, são provas legítimas. E a fusão que soaria indelével deu origem a um dos maiores embates argumentistas atuais, aquele que busca definir, porém sem aparente sucesso, de onde viemos.

15 de julho de 2009

A melhor lição vem da derrota

Ascensão relâmpago, contratos milionários, mudanças de país, milhões de dólares, mansões luxuosas, carros dos sonhos, fama, festas, solidão, depressão, perda de foco, escândalos... E onde tudo isso se intersecciona? No mundo futebolístico atual. Melhor definindo: fazem parte de um sistema do qual somos testemunhas.

Não raro aparece mais uma estrela no futebol e logo já traçamos, imaginariamente, sua jornada: começo brilhante, auge da carreira e uma crise, o ponto mais triste do caminho. Então surge a pergunta: após a crise, a trajetória do menino brilhante, da estrela, rumará à sua recuperação gloriosa ou à queda ainda maior no abismo?

8 de julho de 2009

Jornalista...

Jornalista é bom, mas pode ser muito mau se quiser (cuidado com ele!).
Jornalista é complexo, mas sabe como ninguém se expor com total clareza (preste atenção nele!).
Jornalista é lindo, mas passa por situações que ninguém imagina (orgulhe-se dele!).
Jornalista é imparcial, mas nem por isso quer dizer que ele não importa (valorize-o!).
Jornalista não tira a fantasia, não tira férias de sua vocação, ele é jornalista anywhere anytime.
Jornalista é aquele que está disposto, a cada novo dia, dizer: 'eu aceito o desafio!'.
Jornalista é aquele que não tem medo de cara feia, não teme o desafio, não se contenta com o 'tudo mastigado'.
Quer saber de uma coisa? Jornalista vive para valer, por viver.
Jornalista, só um jornalista para entender...

1 de julho de 2009

O poder da mente humana: até onde ela pode nos levar?

O que era ficção virou um protótipo de realidade e o que era considerado um ato paranormal agora é visto como o ápice da biotecnologia.


Fazer uma pessoa levitar, mover objetos com toda aquela concentração, atirar e arremessar objetos como em filmes de bruxos parecem coisas inexplicáveis na realidade, banhadas por truques e efeitos especiais. Mas não é por esse ângulo que os pesquisadores da Universidade Duke, na Carolina do Norte, enxergam os fatos. Lá, é possível pôr a força da mente para trabalhar.

O brasileiro Miguel Nicolelis, chefe do laboratório de neurofisiologia da Universidade Duke, e o americano Dennis Turner, neurocirurgião, encabeçam as pesquisas voltadas para essa área. O trabalho deles na Universidade consiste em desenvolver um método prático e seguro para a captação e decodificação de ondas cerebrais que serão convertidas em linguagem digital, a qual aciona o equipamento destinado a realizar os movimentos.

Testes com ratos e macacos e, surpreendentemente, já com humanos têm mostrado que os pesquisadores estão no caminho certo. Este último tipo de teste foi realizado no Centro Médico da própria Universidade Duke durante uma operação para tratamento do mal de Parkinson. Com o crânio aberto e acordado - assim como as cirurgias para esse mal exigem - o paciente teve um conector com microfios da espessura de fios de cabelo colocado na região responsável pelos movimentos e ao conector cinquenta neurônios foram ligados. O paciente então precisou mover uma figura em um monitor com uma espécie de mouse.