As quartas, aos domingos, ou sempre que o gramado chamar. Com chuva, com sol, ou sempre que o chamado soar. De dia, de noite, ou sempre que o esquema se montar. É só a bola rolar que lá estará o brasileiro, o eterno apaixonadamente apaixonado (ui, brega?). Pode falar que brasileiro sofre, que brasileiro come poeira, que brasileiro ataca de nacionalista por noventa minutos... Pode falar sim, afinal, é a mais pura verdade. Durante o jogo, lágrimas e zombarias têm lugar cativo; exaltações ao país costumam não faltar. É assim, é a vida, é a brasilidade em sua forma mais genuína!Futebolarte é o entorpecente do brasileiro. Temos noventa minutos de alucinação. Esquecemo-nos de tudo, de todos, da nossa própria vida – perdoem, estamos sob o efeito da futebolina! O efeito vai passar, tudo voltará ao normal, mas precisamos desse tempo de devaneio. Precisamos esquecer-nos dos escândalos federais, dos bigodudos terminais – o bananeiro do chapelão e o Seu /sir.ney/ do Maranhão – da cotação da verdinha americana, da independência da ilha cubana, dos mísseis nucleares, dos Seus Parlamentares, da dinâmica da globalização... Precisamos ser apenas torcedores, apaixonados, desesperados, sofredores.
