26 de dezembro de 2009

Au revoir 2.009!

A máxima dos clássicos natalinos fez-se verdade outra vez: “então é Natal”. Na verdade, este texto está sendo escrito um dia após tal festividade, ou seja, já em clima de Réveillon – como se fosse fácil e, cá entre nós, possível separar uma data da outra, por mais que estas sejam separadas por seis dias. O Natal é aquela preparação da alma para o “bug da virada do ano”- momento em que nosso processador faz uma limpa no sistema, mas claro, com aquele backup antecedente e revigora-se para mais uma leva de informações a serem processadas e devidamente armazenadas. Com isso, surgem as incertezas, o receio, o medo. Justamente por isso eu considero a data do Natal como uma preparação para esse turbilhão de aparições, já que o seu brilho, o seu poder de tocar as pessoas e emocioná-las reconforta, enche de esperança, fortifica e revigora; tornamo-nos mais humanos – prontos para qualquer provação da vida.

Esse misto de nascimento e renascimento compõe o Papai Noel que nós esperamos, que não é uma materialidade em forma de pessoa, mas sim um espírito comum de coisas boas. Papai Noel é olhar para uma mulher grávida e sentir um milagre vendo a esperança de um futuro, é olhar para uma criança e admirar o brilho de uma estrela em forma de sorriso, ele é olhar para um idoso e agradecer-lhe pelos ensinamentos, olhar para um doente e ter a esperança na cura, olhar para um morador de rua e acreditar no valor das pessoas e não no quanto elas têm no bolso, é olhar para uma cidade, um pais, um continente, um mundo transviado e agir para resgatá-lo. Em meio a tantas atrocidades de que somos noticiados, não podemos deixar que Papai Noel volatilize-se. Papai Noel é fazer a diferença na vida das pessoas.

1 de dezembro de 2009

Adeus: o prelúdio de uma nova vida

O décimo segundo mês - que pelo nome deveria ser o décimo e só não é porque os romanos precisaram acrescentar dois meses aos dez iniciais do calendário romano em decorrência do tempo do ciclo solar - chegou, e com ele sempre vêm aqueles jingles natalinos, musicais que reúnem todo o casting das emissoras, retrospectivas, centros comerciais lotados, crianças encapetando em casa e levando seus pais à loucura, viagens, festas, correria... Ufa! Há tempo para respirar? Justamente no momento das férias, daqueles tão aguardados dias de folga, a agitação e o cansaço imperam. Mas para certas pessoas, entre os dezessete e dezoito anos, o tempo natalino assume suas verdadeiras características: paz, descanso, reflexão, nascimento, ou melhor, renascimento.

Quem são essas pessoas, esses quase adultos, para os quais o final do ano realmente se impõe chamando a atenção e deixando marcas? Prazer, eles são os formandos. Mas pensando bem, eles jamais se identificariam nessa expressão, escolherei outra: são os saudosos do terceiro colegial, ou como eles chamam, Terceirão! Pessoal complicado, complexo, paradoxal, difícil de lidar, terror da escola e dos pais, mas que na verdade, acaba causando tudo isso pelo simples fato de estar procurando sua identidade.