A máxima dos clássicos natalinos fez-se verdade outra vez: “então é Natal”. Na verdade, este texto está sendo escrito um dia após tal festividade, ou seja, já em clima de Réveillon – como se fosse fácil e, cá entre nós, possível separar uma data da outra, por mais que estas sejam separadas por seis dias. O Natal é aquela preparação da alma para o “bug da virada do ano”- momento em que nosso processador faz uma limpa no sistema, mas claro, com aquele backup antecedente e revigora-se para mais uma leva de informações a serem processadas e devidamente armazenadas. Com isso, surgem as incertezas, o receio, o medo. Justamente por isso eu considero a data do Natal como uma preparação para esse turbilhão de aparições, já que o seu brilho, o seu poder de tocar as pessoas e emocioná-las reconforta, enche de esperança, fortifica e revigora; tornamo-nos mais humanos – prontos para qualquer provação da vida.Esse misto de nascimento e renascimento compõe o Papai Noel que nós esperamos, que não é uma materialidade em forma de pessoa, mas sim um espírito comum de coisas boas. Papai Noel é olhar para uma mulher grávida e sentir um milagre vendo a esperança de um futuro, é olhar para uma criança e admirar o brilho de uma estrela em forma de sorriso, ele é olhar para um idoso e agradecer-lhe pelos ensinamentos, olhar para um doente e ter a esperança na cura, olhar para um morador de rua e acreditar no valor das pessoas e não no quanto elas têm no bolso, é olhar para uma cidade, um pais, um continente, um mundo transviado e agir para resgatá-lo. Em meio a tantas atrocidades de que somos noticiados, não podemos deixar que Papai Noel volatilize-se. Papai Noel é fazer a diferença na vida das pessoas.