14 de setembro de 2009

Julgada por aqueles que ela julga: a questão da Justiça no Brasil

“Religião e política cada um tem a sua e discuti-las em público jamais!”. Esse é o ditado que corre pelos corredores da nossa cultura, da nossa nação, entretanto, vem se mostrando falho. Afinal, o que se resumia a um grupo fechado e escondido atrás de máscaras veio à tona e se tornou aquele calo doloroso no pé de cada cidadão que, mais ou menos hora, leva um pisão da pessoa ao lado. Em meio à confusão que somos obrigados a assistir nos shows de horrores de nossa alta cúpula, perguntamo-nos: para onde foi parar a Justiça desse país?

Ética, moral (esqueçam os bons costumes) e senso de bem comum estão diretamente ligados à ideia que fazemos do setor judiciário verde-amarelo. Ele nada mais é que o reflexo da áurea do povo brasileiro, por conseguinte, concorre a esse povo a competência de interferir no que lá é articulado. Os resultados à que somos submetidos são, na verdade, aqueles oriundos do nosso comodismo - ou da falta dele.

Omitir que há decisões que independem de nós diretamente é uma falta grave, mas não se deve nunca perder a linha de raciocínio de que quem está lá, está graças a nossa vontade, ou graças à vontade de terceiros que, por sua vez, foram escolhidos por nós. A culpa também é nossa, caiamos na real!

Simplesmente criticar, desconjurar e, por fim, cruzar os braços não vai interferir em nada no jogo do fisiologismo, do lobby político, da corrupção podre e até (sim, acreditem) do coronelismo. A Justiça foi criada para proclamar o justo e fazer vista grossa ante os que pretendem infringir os direitos humanos; foi instituída com um viés justo e transparente, mas assim como a burocracia, inverteu sua situação e agora pode soar até como palavrão.

Entender que a única escapatória é o conhecimento prévio, o conhecimento a fundo da situação, é a marca atual do conceito de “ser cidadão”. O Poder Judiciário é uma via de mão dupla, já que reflete o nosso amadurecimento político e a partir do que lhe é oferecido à reflexão, impõe suas leis sobre nós. Se você vê a Justiça brasileira como um totem dos homens de preto que sentam nas grandes e confortáveis cadeiras azuis, discursam para ninguém e adoram um “arranca rabo” público, não se conforme, reforme.

Sempre se está em tempo, sempre se está no lugar apropriado, basta que emane de você a fome pelo justo, pelo progresso e pela transparência. Trabalhe pela Justiça, porque, um dia, todos vamos precisar recorrer a ela...

6 comentários:

  1. Bia ! Adorei !
    A justiça do Brasil em 100% erra 98% ...
    O que é lamentavel ...
    Ás vezes vejo a justiça dos outros países sendo óbviamente mais do que justas e a do Brasil só andando pra trás !
    Justiça, política, religião é uma discussão que vai durar o resto da vida !
    Espero que melhore bastante, ou simplismente melhore !

    Beijo grande,
    Thaís ♥

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  2. Amor, você escreve muito!
    acredito muito em ti

    te amo
    Carol Queiroz :)

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  3. Nossa, amei o blog, você escreve muito bem *-*
    eu sou amiga da @carolineqc_ .. ela que me mostrou o blog ..
    tá de parabéns!
    Beijo!

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  4. Adelaide, para chegar até as rosas, é preciso ter a coragem de enfrentar os espinhos. Se tocas nos espinhos, é porque aspira o perfume e a beleza das rosas.

    Há uma comédia grega, escrita por Aristófanes (400 AC) chamadas AS VESPAS, que é a primeira crítica e sátira aos magistrados atenienses, que já eram vistos como homens que ostentavam privilégios em razão do cargo. Julgar não é tarefa fácil, e torna-se talvez ainda mais difícil quando os homems escolhidos para ela são tirados de uma sociedade degradada de valores. Mas, nem tudo são trevaa. Há muita gente boa, trabalhando seriamente e que não aparece. Assisti recentemente o filme KATE & LEOPOLD, que recomendo. Este filme mostra o contraponto entre os avanços tecnológicos do nosso tempo e a superficialidade, a perda do sentido correto, do justo, do bem, do sublime.

    Parabéns,

    Furtado Coelho

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  5. acompanha e discutir política é um dever de todos. Quem pensa que política é algo que deve ficar para cada um, está um pouco atrasado. O País necessita destas discussões e voto correto nas próximas eleições.

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  6. Muito bom post. O povo deveria, realmente, participar mais de perto das decisões de seu país.
    Beijos

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