9 de março de 2012

"Os resultados das mulheres no Brasil vêm melhorando", diz Fabiana Murer ao Declarando

Há 35 anos comemoramos o Dia Internacional da Mulher, uma vez que só em 1977 as Nações Unidas reconheceram o 8 de março como dia para lembrar e homenagear aquelas que, no século XIX, protestaram contra jornadas de trabalho exaustivas, remuneração nada condizente com a produtividade e trabalho infantil nas fábricas. Reivindicações essas que são marcas da Revolução Industrial, já que o avanço na produção de mercadorias implicou em piores condições de trabalho.

Hoje, ainda vejo a data como um momento para falar de nós - discutir o quanto avançamos e repensar os principais entraves à igualdade de oportunidades, homenagear aquelas que mostraram como é que se faz e incentivar as centenas de empreendedoras em potencial. Enfim uma data que não caiu nas garras do comércio. Viva!

Falar sobre nós mulheres, nos nossos dias, é falar no esforço hercúleo pela autossuficiência, no sentimento de culpa por não conseguir resolver os seus problemas mais aqueles dos que te cercam. Sem esquecer, claro, da famigerada busca incessante pelo equilíbrio que ficou perdido em algum ponto do caminho...  É falar sobre quem consegue ter os pensamentos no alto e a cabeça no céu, sem perder o chão; e quando o firmamento deixa de ser certeza, há um pingo de juízo que evita que tudo vá para os ares.

Fabiana Murer, campeã mundial em 2011 no salto com vara.

Neste 8 de março de 2012, tive o prazer de conhecer pessoalmente uma dessas mulheres que oscilam com primor entre a bela incerteza do céu e a incontestabilidade do chão. Ela é Fabiana Murer, nossa campeã mundial em salto com vara. Se você acompanhou o Pan de Guadalajara, provavelmente vai se lembrar dela. Fabiana conquistou o segundo lugar no México ano passado depois de ter saltado 4,85m no Campeonato Mundial de Atletismo, em Daegu (Coreia do Sul), o que lhe garantiu o ouro.

Ambos os feitos em um ano puxado para Fabiana, como ela mesma contou em uma palestra na PUC-SP neste Dia da Mulher. O cansaço físico e a saudade de casa eram fortes, mas ela os deixou fora da pista e correu para um salto leve e vitorioso.

Para os Jogos Olímpicos de Londres, que começam em 27 de julho, Fabiana é só treino e concentração. Algumas competições foram até deixadas de lado para evitar um super desgaste da atleta tida como uma das favoritas para turbinar a participação do Brasil no ranking de medalhas. Mas vá falar desse favoritismo para ela que você logo perceberá um sorriso de modéstia, coisa de gente que não se esquece de suas limitações, mas confia no trabalho árduo, coisa de gente que sabe onde pisa. Coisa de dar orgulho!

Ao Declarando, Fabiana falou da participação feminina no atletismo e contou como tem sido sua rotina de preparação para Londres:



Fica aqui a minha torcida por essa mulher que, literalmente, voa alto! E para nós, que possamos nos livrar da “síndrome do garçom” – aquele tipo que está sempre em falta com alguém ao seu redor – e finalmente começar a viver com menos culpa por preterir inúmeras oportunidades em favor de poucas chances valiosas.

5 comentários:

  1. Respostas
    1. Valeu, Antena! Sumida mas sempre de olho nas suas videorreportagens. Vai com tudo, amigo!

      Beijo

      Excluir
  2. Boa Bia!
    Quando puder pergunte para a Fabiana quando ela vai colocar GPS no material dela...
    bjs
    Paulo A.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir

Quem declara agora é você!