10 de agosto de 2009

Adivinhem...

Um vírus. Sim, um belo parasita intracelular. Como se tem falado em vírus ultimamente! No lugar de estar nas células, ele está mesmo é na boca do povo - desculpa pelo trocadilho. Virou motivo de piada, de alerta e até de pânico. Creio que se fizéssemos agora um ranking estilo "trending topics" dos assuntos nas rodinhas de papo, não faltariam #mascaras, #alcoolgel e claro, #gripesuina. Pronto, pronunciei!

Está ficando muito perigoso pronunciar o nome da nova gripe; você fala uma vez sequer e já arranjou discussão para um bom tempo. Afinal, nos momentos de "grandes acontecimentos" todos passam a ser especialistas no assunto tratado. Em terremotos: prazer, grandes sismólogos! Em enchentes ou secas: prazer, grandes meteorologistas! Em epidemias: prazer, grandes médicos! Agora, quando a epidemia é de uma gripe até então desconhecida: prazer, grandes falastrões!

Mas o que mais me incomoda nessa história toda não é o fato da população não parar de falar nisso - podem e devem falar, desde que façam o com a ciência e o discernimento necessários. O que me perturba é um detalhe, coisa básica mesmo, que de tão básica acaba passando despercebida. Acreditem, o nome dado a nova gripe! Não me parece nada correto e muito menos esclarecedor nomear a Influenza A de Suína. Afinal, não vamos contraí-la comendo carne de porco, lembrem-se: o vírus se propaga através de secreções somente. Então, por que nomeá-la assim? Pois bem, por que o vírus veio dos tais suínos? Vejamos, o vírus H1N1 pode ser considerado tripartite: suíno, aviário e humano.

Se o erro está embutido logo no nome da gripe, ou seja, no seu chamariz, como vamos fazer com que as devidas informações sejam absorvidas e as baboseiras jogadas fora? Boa pergunta. O Ministério da Saúde informou, logo no início do surto, que a nomenclatura mais adequada é A(H1N1) e que, portanto, não há sentido em se referir a ela como suína. E o que mudou? Nada. Apenas mais uma opção surgiu na hora de falar sobre o assunto. Tivemos até âncora global, em pleno horário nobre, criticando a indicação do Ministério, alegando que a nova nomenclatura seria genérica demais. Só se "genérico" passou a ser sinônimo de verdadeiro e ninguém me avisou...

Nas escolas, a volta às aulas foi adiada. As creches fecharam as portas deixando dezenas de famílias de mãos atadas. Adiantou? Ainda não sei. Ninguém sabe; os dados se mostram cada vez mais desencontrados. O que sabemos, porque vemos e vivenciamos, são crianças e jovens lotando shoppings, cinemas, shows - o que não apresenta nada de errado - mas deixando de receber uma formação de qualidade e veracidade quanto às verdadeiras causas e consequências da pandemia que enfrentamos - isso sim é um erro.

Para Einstein, a crise traz progresso. Convenhamos, a gripe A também. Um grande fator profilático é justamente lavar as mãos, o que reaviva na população a consciência da higienização contínua. Mas não só na questão social observamos mudanças: o que nos dirão, no futuro, os cientistas sobre recombinação gênica e mutação viral a partir das amostras de hoje? Muita coisa, pode apostar. Informações essas que ajudarão no combate de futuras cepas, na esperança de que assim, elas não se transformem nesse show do qual somos seus atônitos espectadores.

3 comentários:

  1. Olha concordo com vc!!!
    Essa história da gripe é um loucura. Muda nome, dá nome errado, uma hora é perigoso, outra não é...
    Ótimo texto mocinha!!!
    Bjos

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  2. haha cada semana a gripe tem um nome novo né? uma belezaa!
    um pouco de medinho, mas beleeza!
    parabens pelo blog! sempre abordando todos os temas atuais!

    minha Sis jornalista *_*

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  3. Nossa, realmente tudo agora é gripe suína, só se ouve falar nesse assunto!
    Há pouco tempo atrás eu já estava neurótica com isso, nem queria sair de casa kkkkkkkk..mas agora, já até me acostumei... é só tomar os devidos cuidados :)
    Beeijos e o texto está muuuito bom mesmo!

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