27 de agosto de 2009

Lua 40 anos: por que chegamos lá?

O período era o da Guerra Fria, capitalismo e socialismo estavam no auge de seu entrave com a guerra indireta entre suas potências-mães, EUA e URSS. Almejando não somente a hegemonia política, bem como a econômica, ambos os lados viam com certa importância a conquista do além-órbita. Em meio a ataques e contra-ataques, o projeto espacial ia ganhando destaque, porém não como consequência de uma ciência astronômica bem desenvolvida, mas sim, de uma estratégia fortíssima de guerra. Afinal, um lado se impõe não apenas pelos seus atos, mas pela dimensão que consegue dar à sua força. Esse cenário então nos traz à tona uma instigante questão: seria a conquista da Lua, há quarenta anos, um feito muito mais político que propriamente científico?

Um forte indício que nos leva à essa questão e começa a nos remeter à uma provável resposta era a situação em que se encontrava a NASA quando, em 1961, John Kennedy discursa exortando seu país a mandar um homem à Lua e trazê-lo de volta em segurança. Recém-criada e carente de fundos, a Agência Espacial Americana passou a contar com quase 5% do capital do governo americano, recebendo assim carta branca para suas articulações. Caso isso não tivesse sido feito, a NASA só conseguiria enviar o homem à Lua na década de 80.

É relevante observar também a pressão que recaia sobre o governo americano com as sucessivas missões espaciais russas. Em 4 anos, de 1957 a 1961, os soviéticos lançaram o primeiro satélite artificial – o Sputnik – , levaram o primeiro ser vivo ao espaço – a cadela Laika – e permitiram à Yuri Gagarin ser o primeiro ser humano a subir à órbita terrestre. Os americanos bem que tentavam, mas Atlas, Navaho e Vanguard – seus foguetes – marcaram o fiasco americano com sucessivas explosões no lançamento.

Ego ferido, ficando claro assim, é o conceito chave para que entendamos a verdadeira "corrida maluca" americana em direção ao nosso satélite natural. Não podemos (e nem devemos) descartar, entretanto, o claro advento da astronomia, fato esse que precisou andar – ou melhor, correr – paralelo a vontade de Kennedy e de toda a alta cúpula norte-americana. Assim, o que hoje para nós carrega uma carga exclusivamente científica, na verdade, deve ser inserido em um meio muito mais político do que se costuma pensar, e aquele “pequeno passo para o homem, grande salto para a humanidade” deve ser repensado como um “pequeno tropeço do homem, grande solavanco para a humanidade”.

5 comentários:

  1. o tema não é cool, mais vs escrevendo da até graça de ler sobre isso kkkkkkkkkkkk' muitominhaatualizada♥
    •Bybiis//

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  2. Parabéns pelos textos. Palavras impecáveis e bem colocadas. Muito bom, parabéns!

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  3. Inspirada na aula de redação, e sempre surpreendendo como sempre! Talvez, este texto dispense comentários, aliás, a única coisa cabível aqui, é a reflexão.. tem gente que nem sabe desse marco (político ou científico).. vamos pensar um pouco mais nesse 'solavanco'!

    T.P ♥

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  4. Ah, 40 anos já !
    40 anos, que o homem colocou o pézinho dele na Lua *_*
    Isso é algo inexplicavel ! Deve ser uma sensação tão boa !
    Ás vezes olho pra Lua e penso: Caramba ! Uma Lua que eu vejo assim, tão longe ! Um de nós dos seres humanos já colocou o pé lá :)
    É engraçado também que, o dia do amigo é comemorado no mesmo dia em que se faz 40 anos que pisaram na Lua !
    Olha, amei o seu texto ! Não vou me cansar de dizer que você TEM talento sim :)
    Beijos grande, fique com Deus s2

    Thaís M.

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  5. O Global Classrooms é um projeto mundial planejado pela UNA-USA (United Nations Assossiation of the United States of America) e em sua edição brasileira é realizada pela CIVITATIS e conta com o apoio da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

    É a maior simulação para o Ensino Médio do mundo, pois está presente em em 10 cidades norte-americanas (Boston, Chicago, Houston, Los Angeles, Miami, Minneapolis, Nova Iorque, Saint Paul, Tampa Bay e Washington DC) e outras 12 ao redor do mundo (Beirute, Berlim, Cidade do México, Hong Kong, Joanesburgo, Londres, Madri, Nova Déli, Pequim, Tel Aviv, Tóquio), além de São Paulo.

    MAIS..
    www.gcsp.org.br

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