Atualizado às 09h11 de quarta-feira
Passava um pouco das oito horas da noite quando chega à Redação da TV PUC, primeiramente através do Twitter do professor José Salvador Faro e depois pelo próprio site da PUC, a informação de que Anna Cintra seria a nova reitora da universidade, em contraposição à eleição que deu a Dirceu de Mello mais um mandato. Conversas iniciais em uma Redação quase vazia, pelo andar da hora, evoluíram para apuração. Fora dada a largada para a cobertura que chacoalharia brutalmente a noite da foca, que só pensava em terminar de editar sua reportagem e ir para casa assistir à dobradinha Jornal das Dez - Entre Aspas (Globo News).
Passava um pouco das oito horas da noite quando chega à Redação da TV PUC, primeiramente através do Twitter do professor José Salvador Faro e depois pelo próprio site da PUC, a informação de que Anna Cintra seria a nova reitora da universidade, em contraposição à eleição que deu a Dirceu de Mello mais um mandato. Conversas iniciais em uma Redação quase vazia, pelo andar da hora, evoluíram para apuração. Fora dada a largada para a cobertura que chacoalharia brutalmente a noite da foca, que só pensava em terminar de editar sua reportagem e ir para casa assistir à dobradinha Jornal das Dez - Entre Aspas (Globo News).
Dom Odilo Pedro Scherer,
Grão-Chanceler e Presidente do Conselho Superior da Fundação São Paulo, assinou
na tarde da última segunda-feira (12) o Ato que nomeia Anna Maria Cintra como
reitora e José Eduardo Martinez como vice-reitor, passando ambos a assumir no
dia 29 de novembro; os mandatos a frente da universidade são de quatro anos. A
Fundação São Paulo (FUNDASP) é a mantenedora da Pontifícia e, portanto,
participa das decisões através do Conselho de Administração (CONSAD) com os
secretários executivos João Júlio Farias Júnior e José Rodolpho Perazzolo. O
terceiro membro do conselho, e seu presidente, é justamente o reitor – cargo
que nos últimos quatro anos foi de Dirceu de Mello.
Estudantes na "Prainha" durante Assembleia Geral (Rute Pina/AgeMT) |
Explica-se o motivo do
descontentamento e clima de indignação que reinou no campus Monte Alegre
através de palavras de ordem em uníssono e cartazes improvisados. O processo de
escolha do reitor, como indicado no artigo 59 do Regimento Interno, envolve a
preparação de uma lista tríplice pelo Conselho Universitário (CONSUN) da qual
uma chapa será escolhida pelo Grão-Chanceler. Entre as duas pontas, há uma
eleição para que alunos e funcionários (com peso diferente de voto) indiquem
seu preferido para estar à frente da universidade. No Regimento, não consta que
o resultado da eleição deve ser respeitado e seguido pela FUNDASP, mas até
então, ele nunca fora contrariado.
É justamente o espanto
para com a não observância do resultado que exaltou os ânimos nesta terça. Não
era difícil escutar comentários preocupados com as próximas decisões a serem
tomadas pela Fundação – a liberdade de cátedra figura, disparado, como
principal ponto de atenção. Mas não é de hoje que a comunidade recebe mal as
decisões da FUNDASP, sob a tutela de Dom Odilo. O nome de seu antecessor, Dom
Paulo Evaristo Arns, nunca fora tão evocado como nos últimos tempos. Aqui é
importante comentar que Monte Alegre sempre foi o campus mais combativo, até
porque é o maior e mais heterogêneo entre todos (Consolação, Ipiranga, Santana,
Barueri e Sorocaba), sem contar que é ao lado dele que se encontra o Teatro
TUCA, marco da resistência à ditadura na cidade.
Carteiras no Pátio da Cruz (@vigattas/Instagram) |
Segundo informações
postadas pelo jornalista e professor na PUC Aldo Quiroga, quatro viaturas da
Polícia Militar chegaram ao campus por volta de onze horas para “averiguação”,
mas logo foram embora. Enquanto isso, estudantes limpavam a Capela da PUC que
fora pichada por estudantes – eu mesma vi alguns carregando sprays pelo campus.
Ainda segundo Quiroga, a equipe da Rede Globo chegou à PUC, aumentando o rol de
veículos que já acompanhavam os protestos em seus sites – vide Estadão, Folha,
R7, Blog do Noblat.
Dirceu de Mello
(reeleito,), Francisco Serralvo (2º colocado na eleição) e a própria Anna
Cintra (última no pleito) ainda não se manifestaram, mas devem fazê-lo no
começo desta quarta (13). (Leia entrevista de Anna Cintra e Serralvo para o Estadão.) Creio que seja importante observar que: 1) a condição
de saúde do reitor reeleito vinha preocupando e gerando especulações, o que não
caracteriza argumento válido. 2) Anna Cintra é, sabidamente, da corrente
pró-Fundação. E por último, 3) os três candidatos assinaram no dia 13 de
agosto, ao participarem de Roda Viva no Tucarena, um termo de compromisso paracom o resultado do pleito. O documento, claro, será usado contra Anna, caso sua
posição seja pelo “sim” à indicação.
Estudantes limpando vandalismo na Capela da PUC (Aldo Quiroga) |
Sigo postando atualizações de assembleias, reuniões e notas no Twitter @__anabeatriz e no Facebook Ana Beatriz Camargo
Parabéns pela apuração, Ana! Foi a matéria mais bem explicada que li até agora. Nada como conhecer os bastidores da história para fazer seus leitores "mergulharem" nela.
ResponderExcluirObrigada, Rita. Fico feliz que o texto tenha alcançado o objetivo. Valeu por ter dado essa passada no Declarando e deixado seu pitaco. Volte sempre que quiser para Declarar. rsrs.
ExcluirBeijos da foca.
Otima explicação, A.P! Quando li a respeito, confesso que fiquei um pouco confusa com a história, mas voce deixou tudo mais claro. Obrigada!
ResponderExcluirObs: nunca duvide da profissão que escolheu, é simplismente o seu dom, e voce o faz com coração e muita competência.
beijos
TP, que bonito seu comentário, amiga! Sensação de dever cumprido por ter te ajudado a entender a situação. Você sempre com palavras de incentivo. Grande beijo!
ExcluirOtima explicação, A.P! Quando li a respeito, confesso que fiquei um pouco confusa com a história, mas voce deixou tudo mais claro. Obrigada!
ResponderExcluirObs: nunca duvide da profissão que escolheu, é simplismente o seu dom, e voce o faz com coração e muita competência.
beijos
Antes de qualquer coisa, acho importante declarar: sou um chato de plantão. Tendo dito isso, algumas considerações que, acredito, são pertinentes:
ResponderExcluirDa forma como declarado nesta entrada, fica uma sensação de que a FUNDASP fez algo errado, de que encontrou uma brecha para fazer o que bem entendesse. Não é o caso e acho que poderia ter ficado mais claro que a FUNDASP seguiu o regulamento.
Ainda sobre a decisão da FUNDASP, ainda vale ressaltar – sim, ressaltar – que mesmo o resultado da eleição não tendo sido respeitado, o regimento interno foi.
Parece bobagem o que acabei de dizer, mas quando os alunos reclamam do termo de compromisso assinado, eles não podem se esquecer do regimento interno. Ele permanece válido e a escolha ainda é feita pela FUNDASP. Querer discutir a idoneidade e ética do reitor escolhido é diferente de não aceitar a escolha da FUNDASP, embora um e outro estejam interligados.
O que ainda me incomoda nisso é que ninguém de fora da PUC saberá as diferenças entre os candidatos, suas idéias, etc. E a pergunta que faço, afinal, é: será que os alunos, todos os que estão reclamando agora, sabem?
Eu já fui aluno da PUC e lembro bem de como foi a votação para reitor em minha época. Campanha de boca de urna. Massa de manobra. Enfim, espero notícias.
Oi, Otávio. Antes de qualquer outra coisa, gostei da nossa conversa pelo Twitter. Me ajudou a organizar as ideias e fazer as ponderações necessárias para "cair a ficha". Agradeço a você pelas indagações.
ExcluirBom, como puquiano, você deve entender como funcionam as coisas no campus Monte Alegre. Os ânimos andam sempre exaltados, o que transforme faísca em fogo em um piscar de olhos. Não que isso sejam bom ou ruim - é um fato, e como tal, deve ser observado, respeitado e analisado.
Quanto à sua crítica sobre deixar mais explícito que a FUNDASP não desrespeitou a legislação, os parágrafos 4 e 5 deixam isso bem claro. Acreditei que ficar insistindo nesse ponto seria desnecessário. Mas está anotado seu ponto de vista para o próximo texto que vou escrever.
Concordo de ninguém de fora da PUC saberá as diferenças entre os candidatos, mas qual é a importância de saberem? Digo isso porque é a comunidade puquiana que vota e as decisões dos reitores afetarão essas pessoas. Sendo assim, não senti a necessidade de explicar o que cada chapa representa e nem o que defende. Mas esse desconhecimento não muda nada no entender "dos de fora" para com a situação.
Eu não tenho bagagem para falar das eleições passadas, mas respeito o processo eleitoral de 2012. Houve um problema de cédulas sem a dupla rubrica, mas tudo foi resolvido entre os candidatos.
Compartilho com você o vídeo que a TV PUC fez após os dois dias de cobertura: http://youtu.be/UcqYrbjYQPM